segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Mendigos intelectuais

Adoro pessoas que usam palavras caras só para parecerem eloquentes, embora não façam a mais pálida ideia dos seus significados. As frases complexas, para esse pessoal, são tão complicadas como física quântica.

Não estou a ser elitista nem a armar-me em sabichão - pelo contrário. As palavras caras servem muito bem o propósito que as define. Há que usá-las com parcimónia, sob pena de se cair no ridículo e de se lhes tirar o valor que devem ter.

Quem esbanja palavras caras vai acabar por se tornar num mendigo da língua em que fala. Fosse um dicionário um porta-moedas e estaria a abarrotar de tanta nota de avultado valor. Mas a cada mau uso que lhe damos, é como se lhe espetássemos uma adaga e o rasgássemos de ponta a ponta.

Falar simples é ser claro e inteligente. Falar simples é incluir tudo e todos num só discurso. Falar caro é ser casmurro na ideia aparentemente bem-intencionada segundo a qual só uma determinada franja nos vai compreender. Mas falar caro e mal deixa transparecer a mais pura e suja das verdades: quem assim fala, tem a mesma capacidade de reflexão de uma roda de bicicleta.

Na conversa, como na vida: descomplica!

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