sexta-feira, 23 de novembro de 2012

E amanhã?

Hoje o dia acordou cinzento. E assim ficou. O dia, como eu, não teve abertas. Nem uma nesga de solinho para aquecer uma qualquer alma. Nada. Hoje vi tudo cinzentão – e não estou a fazer nenhum trocadilho com o meu daltonismo. Há alturas em que teimamos em não deixar o optimismo entrar. Teimamos em manter o negativismo cá dentro, a corroer, a contaminar.

O que é que nos faz isto, de qualquer modo? Medos. Receios. Ansiedades. Sem dúvida. Não tendo nenhuma bola de cristal – e, deus nos livre, ainda bem! – resta-nos aguardar a chegada do amanhã sem saber se seremos os seres mais felizes à face da Terra ou se seremos uns miseráveis quase-humanos.

O que vai ser de mim? Para onde quero ir? Estou a seguir o caminho certo? Qual é o próximo passo? Todos pensamos nisto, certamente. Tu pensas, que eu sei. E tu também. Como eu.

O pior é quando não há respostas. Ou quando as respostas são veementes nãos. Não vais conseguir. Não hás-de ser ninguém. Às vezes sinto que há dois indivíduos distintos a morar aqui dentro. Um, animado, a puxar pela carroça. “Vamos embora, para a frente é que é caminho”. O outro parece um tuga melindrado, daqueles mais velhotes que vemos no banco de jardim. “Vai lá vai, depois eu fico aqui a rir-me quando te espatifares. Isso, atira-te.”

Amanhã não sei. Mas parece-me que há-de ser melhor.

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