quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eus de hoje e amanhã

Serendipidade. A palavra é estranha. Cómica, até. Define aquilo que encontramos por acaso, sem o termos procurado, mas a que até poderemos vir a dar algum uso importante, interessante ou como mero fait-divers.

Há dias, dediquei-me a analisar jornais doutros tempos - vicissitudes da vida e daquilo que queremos fazer dela. O que mais me espantou foi cruzar-me com rostos que fazem a paisagem mediática de hoje e que começavam a fazê-lo, já naquela época.

No antigamente, eram rostos em que o preto era a cor predominante nos cabelos. Os rostos tinham bastante menos rugas - é certo - mas estes sujeitos não envelheceram nada mal.

O que por ali está dito e escrito por estas personagens pode parecer-nos um chorrilho arcaico de sensos comuns. No entanto, naqueles tempos, as mencionadas frases eram novidades e fruto de pensamentos originais. Afinal de contas, já lá vão quase vinte anos.

Sobra a questão. Onde estaremos dentro de duas décadas? Teremos orgulho nas pessoas que fomos neste hoje que agora vivemos? Ou, como diz um conhecido comediante da nossa praça, teremos vontade de voltar ao passado para esbofetear o eu de outrora?

Não sei.

Resta-me tentar encher de orgulho o eu de amanhã.

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