terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Epifanias de ano novo

É a conduzir que me surgem as melhores ideias. Puras epifanias, enquanto se navega num barco com rodas, por detrás de um leme que não precisa de cartas de marear. Na última noite daquilo que se convencionou chamar de ano, reflicto sobre o que fiz, o que passou, o que aconteceu, o que aprendi.

Reparo, com alguma surpresa, que acarreto uma bagagem valiosa debaixo do cabelo, escondida atrás da minha própria testa. Coisas minhas. Por muito que sejam partilhadas ou, por outro lado, pelo secretismo que encerram, são só minhas. Hão-de sê-lo sempre.

Tudo o que tenho verdadeiramente trago comigo. E estou grato. Perdesse eu agora mesmo o meu sopro final de vida e saberia que havia tido uma experiência luminosamente engraçada ao longo dos últimos 26 anos e picos.

Ainda que haja muito trabalho pela frente, reconheço qualidade nesta obra em progresso. Sei que tenho aprendido milhões de toneladas de saber com a maioria dos seres que se têm atravessado no meu caminho. Foi, ainda assim, com as desilusões que mais aprendi. Uma das maiores lições chegou nos últimos tempos: muito do que sou já tem uma pequenita tarimba necessária para ensinar qualquer coisa aos outros.

É este o desígnio derradeiro daquilo que por cá andamos a fazer. Não é mudar o mundo. É mudar o outro. Ter influência, possuir uma presença que enriqueça o próximo, importar.

Sou-o. Sei-o.

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