domingo, 3 de fevereiro de 2013

Um reencontro daqueles

Os anos. Esses malditos e tramados abstractos que se acotovelam entre amigos e levam a melhor nessa separação indesejada mas, nuns casos ou noutros, inevitável.

Os anos passaram. Deram-nos umas oportunidades e tiraram-nos outras - nomeadamente as de v(iv)er alguns dos amigos que cresceram junto a nós. Ainda assim, há possibilidades que são isso mesmo: possíveis.

Ontem, graças à vencedora vontade do querer fazer acontecer, houve História. Dessa, precisamente, com maiúscula. Juntou-se um grupo que, não tivessem sido as marcantes vivências próprias da infância, não mais seria que composto por simples desconhecidos. 

Encontrámo-nos. Num restaurante ermo. Fui dar com eles em amenas cavaqueiras, já jantados. Não tenho vergonha em dizer que me emocionei ao ver alguns daqueles rostos, ali assim, hoje tão adultos e, invariavelmente, com os traços risonhos e meninos de outrora.

Entre eles, seres humanos que, de uma forma ou outra, ajudaram a definir a pessoa que hoje sou. Dois deles foram os meus melhores amigos ao longo de meses e meses e meses. Sim, I e AM, estou a falar de vocês. Por perto, um dos mais duradouros e resistentes (e, lamentavelmente para o meu pequenito eu de há anos, não-correspondido) amor: M.

Estar, uma década depois, na presença de um grupo que foi ambiente natural do meu crescimento é esmagador. Porque olho para todos eles e a familiaridade daqueles olhares, daquelas vozes e daquelas gargalhadas é para mim fonte de gigantesco fascínio. Porque, ao mesmo tempo, ponho em perspectiva tudo aquilo em que me tornei para concluir que, para todos os efeitos, continuo a ser o rapazinho daquela escola. O mesmo que meneava a portentosa mochila ao mesmo tempo que viva em comunidade com aquela gente. 

Estamos crescidos. E, ainda assim, estamos na mesma.

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