sábado, 2 de março de 2013

Alienígena

Uns poucos dias longe do mundo habitual dão-nos sempre a ideia de estar a ver a nossa vida do alto de uma outra montanha. Os motivos para essa fuga, voluntária ou involuntária, são inomináveis, de tão variados.

Os meus motivos não são bons, ao que vejo daqui. Pareço estar a viver uma verdadeira revolução. E - já se sabe - as revoluções dão sempre merda. De entre as coisas fantásticas que vão ocorrendo, parecem sempre surgir elementos que me alienam da vida. Há eventos que me desligam da ficha, que me fazem viajar para outra dimensão, que me fazem perder o oxigénio neste suporte básico de vida.

Os objectos parecem perguntar-me, matreiros, em tom de desafio, se seria eu lembrado e saudoso se desaparecesse desta terra. A vida faz-me perguntas destas. E eu...

E eu.

Não soube responder.

Sinto-me longe, desligado, destrambelhado, dessincronizado, apagado, perdido. Há amigos que não me põem a vista em cima há semanas. Há hábitos que já não aparentam definir-me. Há esta vida que já não é a mesma de outrora. 

Não sei para onde estou a ir. Mas não paro de caminhar.

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