sábado, 27 de outubro de 2012

As sereias existem

Hoje vi uma sereia. De longos cabelos loiros, alta, suave nos movimentos. Não a vi na água. Longe disso. O estranho ser arranjou maneira de se escapulir da sua Atlântida pessoal e foi dar a uma sala de aula - sabe-se lá porquê.

Não lhe ouvi a voz. Não sei se fala alguma espécie de linguagem humana. Sabe escrever. Vi-lhe a pequenita letra sem conseguir descortinar uma palavra que fosse.

Olhou-me nos olhos. Fiel ao estereótipo, tem vítreos e oceânicos olhos verdes. Durante o aparentemente breve momento em que nos fitámos, não houve nada daquilo que vemos nos filmes. Nem fascínio, nem aperto no peito, muito menos paixão. Foi um simples olhar sem duração mensurável.

Muito provavelmente, nunca mais a verei na vida nem em terra. Mas um dia vou poder dizer aos meus netos que as sereias existem. Porque hoje vi uma.

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