quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Quando?

O que é, afinal de contas, isso de ser escritor? Sê-lo-ei, hoje ou algum dia? As frases jorram com maior avidez do que aquela com que as consigo atirar para o papel. Muitas ficam nos espaços entre os momentos, nos espaços entre os pensamentos.

Mas um escritor não escreve, apenas. Observa, vive, constrói um mundo que é só seu para, um dia, o entregar a quem o queira experimentar também. Mesmo que seja por um dia, mesmo que seja por uma vida. Quem sabe.

Ninguém.

Quem escreve não é escritor. Eu escrevo mas não o sou. Ainda.

Quando? Qual é o segundo genético que torna o que não é naquilo que passa a ser? Nasce-se, assim?

Um dia sabê-lo-ei. Quando me derem um cognome à altura. O escritor. Por enquanto, não o sou, para os outros. Sou escritor só para mim. Porque quero sê-lo, mais que tudo.

A escrita é o habitat natural, o lugar ao qual sempre regresso. A concha, quente, afável, de sempre. À secretária, escrevendo.

"Toda a escrita é estar parado a ver o mundo andar." - GMT

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