A palavra escrita é sagrada. A palavra dita é etérea. Desaparece no instante seguinte àquele em que a esculpimos no ar com a boca, a língua, os dentes.
O punho fechado com que escrevemos uma palavra representa muito bem a força com que a cravamos no papel - na História.
Por isso escrevo. Não tenho jeito para falar. Embrulho-me. Mas a caneta desliza-me facilmente sobre as linhas. As mãos formam um acto contínuo quando bato um texto no teclado. Sou um pianista informático sem voz.
Os meus dedos e a minha mente gritam mais alto que a minha garganta.
Este grito pode durar anos. Se acertar nos ouvidos certos.
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