A pessoa que era e já não é continua a ser o que era. Na nossa mente, nada se modificou. Na realidade, dizem-nos, já não está. Faz parte doutro reino, neste preciso momento. A pouco e pouco, retorna ao pó. As gargalhadas e as piadas que fazia já não existem. Só na memória dos que conviveram com ele.
A dor terá sido, certamente, entre alguns, indescritível. Pesada, negra, insuportável. Quando a notícia nos chega aos ouvidos, porém, demoramos a acreditar nela. Sem dor propriamente dita. Apenas não cremos que aquele ser outrora tão presente já não existe. Ainda hoje, meses depois, é difícil acreditar. Parece que precisamos do lado racional do nosso cérebro a gritar às emoções que “não, já não existe, está morto”. Assim mesmo. Uma racionalidade fria e desprovida de qualquer sentimento.
Está morto.
Pois está. Mas está vivo em muitos de nós. Em mim, pelo menos.
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