terça-feira, 13 de agosto de 2013

Inquietações

O tempo urge sempre, daí que a paciência seja uma das maiores virtudes. É preciso esperar, saber o momento certo, ouvir as pessoas ideais. Ousar saber. Mais que isso: ousar ser sábio. 

A primeira frase de um livro novo é irrepetível e, ao mesmo tempo, um ponto sem retorno. Começou-se. Se fica inacabado, é um falhanço ou, pelo menos, obra sem voz e sem expressão. O peso sobre os ombros de se trilhar o caminho até ao último ponto final é quase incomportável. Leva-se a paciência ao extremo, página a página, linha a linha. Sem contar, sem olhar para o número e atentar simplesmente na qualidade do que é escrito. Siga-se caminho sempre de olhos postos lá na frente, na curva seguinte e na contracurva que não se deixa antever.

Os primeiros passos estão dados, as primeiras pegadas impressas na terra batida. Ainda há horas, dias ou meses pela frente. A escrever - como a ler - é o caminho que faz a viagem, não o sítio que nos aguarda.

"Subi à montanha e olhei lá para baixo. Pensei, se me atiro daqui abaixo, acabou-se tudo, não há mais livros." - JS

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