Nos últimos dias, não escrevi. Vivi.
Olhei, absorvi. Não pus pensamentos num disco rígido, muito menos os gravei numa folha de papel.
Vivi, deixei-me estar. Ri, gargalhei, ouvi, tentei aprender, temi por mim e pelos outros. Meti na gaveta a presunção de que tenho algo a ensinar a quem me quiser ler as letras ou ouvir as palavras.
Analisei vidas que não são minhas. Fugi de mim à procura de outras estórias - até porque não há nada a tirar desta rotina quase pobre.
Muni-me de quem vi.
Li. Bebi de quem sabe.
Vivi. Aproveitei cada gesto, cada experiência.
Enchi o depósito.
Amei cada segundo. Mesmo.
Nos últimos dias, não escrevi; vivi. Hoje, empunho a caneta mais uma vez. E escrevo. Mas não deixo de viver. Faço-o, só que de outro modo.
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